Segundo dermatologista por causa da pandemia, as queixas por queda de cabelo aumentaram três vezes mais do que o habitual

É inevitável que a pandemia pelo novo coronavírus provoque estresse, a situação atual de contaminações e incertezas, causa um estado de ansiedade e medo. Além disso, para muitos ficar em casa sem poder trabalhar, com renda próxima de zero, e ignorantes sobre o futuro é realmente assustador. Dra. Maria Paula Del Nero Dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia explica que algumas manifestações psicossomáticas podem ocorrer na pele e cabelo (a pele é o órgão, junto com o sistema digestivo, que mais apresenta quadros de somatização).

A queda de cabelo é uma das manifestações mais frequentes associadas a situações de muito estresse. O folículo pilosebáceo é um anexo cutâneo que segue um ciclo com uma fase de crescimento, depois repouso, queda e volta ao crescimento novamente, seguindo nesse ciclo contínuo durante toda a vida. Numa situação normal cerca de 85% dos cabelos do couro cabeludo estão na fase de crescimento e 15% estão na fase de repouso ou queda. Em situações de estresse muito significativo o organismo usa um sistema de “gestão inteligente” e diminui os gastos de energia, inclusive aquele utilizado para o crescimento do cabelo.

Assim, nesse momento, muitos fios de cabelo, que estavam na fase de crescimento, entram precocemente na fase de repouso e caem de 30 a 90 dias depois. Essa queda é longa e pode assustar, porém é importante saber que não há diminuição ou desaparecimento dos folículos, ou seja, as raízes do cabelo. Uma vez iniciada, a queda, chamada de eflúvio telógeno, irá persistir por um tempo, pois quando o cabelo entra na fase de repouso não há como voltar para a fase de crescimento. Ela vai passar independentemente de qualquer tratamento.

Dra. Maria Paula sugere acrescentar o uso de vitaminas C e D, e zinco no dia a dia, além das prescrições individuais conforme as necessidades de cada paciente. “Também é importante adicionar a cúrcuma, gengibre e própolis na dieta alimentar. Por serem antiinflamatórios ajudam a prevenir a queda. Não deixe de praticar algum tipo de atividade física para liberar o stress.” Finaliza a médica.

Outras medidas preventivas são:

Alimentar-se de forma equilibrada: para começar, mantenha uma boa rotina alimentar. “É importante fornecer um grande estoque de matéria prima aos seus fios. Ele precisa necessariamente de mineral e proteína, que são sua base de formação e ajuda o cabelo a se tornar mais resistente à queda precoce”, explica.

Cuide do couro cabeludo: a lavagem diária dos fios é indicada para evitar inflamações, assim como o uso de produtos adstringentes e fortificantes específicos para o couro cabeludo – esfoliantes e tônicos são uma boa opção. “Enquanto os esfoliantes ajudam na remoção de resíduos e excesso de oleosidade (já que a pele suja e oleosa do couro cabeludo não consegue absorver os nutrientes), os tônicos são soluções que estimulam o bulbo capilar e a circulação local e trazem mais nutrientes para o folículo piloso, ajudando no crescimento de novos fios”, diz a dermatologista. No entanto, esses produtos devem ser utilizados com a orientação de um profissional médico, onde será indicado o cosmético e tônico ideal para o tipo de queda precoce. “Cosméticos generalizadamente bons que poderão evitar a queda são constituídos por antioxidantes naturais, como resveratrol, chá verde e óleos essenciais”, completa.

Calma, equilíbrio, alimentação nutritiva, sono adequado e exercícios moderados são importantes para o controle do estrese e vão ser determinantes para a melhora deste tipo de queda de cabelo.